João Fusco, mais conhecido por Jofus, nasceu na cidade de Araraqüara, Estado de São Paulo, no dia 1º de junho de 1895, e desencarnou em S. Paulo, com 50 anos de idade a 6 de julho de 1945.

Filho de pais humildes e católicos, viveu a maior parte de sua infância e mocidade na cidade de Araraqüara, casando-se no ano de 1910, com D. Regina Pavezi Fusco. Fez ainda nessa mesma cidade os cursos primário e de Contabilidade e, mais tarde, em S. Paulo, estudou Ciências Econômicas. Era profundo conhecedor de Direito e História. Possuía marcante inteligência e uma personalidade moral que causava assombro a todos que com ele conviviam.

João Fusco tornou-se espírita na cidade de Rio Preto, no longínquo ano de 1929, após ler alguns livros sobre Espiritismo. O que contribuiu decididamente para a sua conversão foi a cura, por seu intermédio, de uma senhora doente, após ter ela sido desenganada por médicos, padres, pastores e curandeiros.

A partir dessa época tornou-se profundo estudioso das obras da Codificação Kardequiana. O Centro Espírita “Allan Kardec”, da cidade de S. José do Rio Preto, foi o marco inicial de uma nova era na vida de João Fusco, pois os dirigentes daquela instituição, vendo nele um homem culto, estudioso, enérgico e moralista, resolveram entregar-lhe a direção do Centro.

Jofus reorganizou vários Centros Espíritas do Estado de S. Paulo e do Triângulo Mineiro, instituindo a escrituração, elaboração de estatutos, quadro associativo, bibliotecas, venda e distribuição de livros, jornais e revistas espíritas. Instalou cursos de Evangelização da Infância, de estudos de “O Livro dos Espíritos”, de alfabetização de adultos e crianças, de oratória e de desenvolvimento mediúnico, tornando-se mesmo um pioneiro na implantação das escolas espíritas.

Encetou numerosas viagens pelos Estados de S. Paulo e Minas Gerais, proferindo palestras, distribuindo livros e folhetos de sua autoria, numa lídima campanha contra os conspurcadores da Doutrina Espírita. Em 1931 travou conhecimento pessoal com Caírbar Schutel, passando a manter estreito contacto com o apóstolo de Matão, em tudo aquilo que dizia respeito à difusão do Espiritismo, formando-se mesmo o eixo Matão-S. José do Rio Preto, na obra de esclarecimento e de combate aos pseudos cristãos.

Entre os escritos de João Fusco podemos destacar os folhetos “O Anticristo”, “Os Violadores da Lei”, “Desfazendo Calúnias do Clero Romano”, “Advertências”, “Falsos Profetas”, “Contrastes”, “Aviso aos Incautos”, “Deus”, “Os Centros e suas Denominações”, “Escola Nova”, “Os

Mortos Vivos”, e outros.

Em 1933 transferiu sua residência para S. Paulo e, nessa cidade, prosseguiu sua tarefa persistente em favor da disseminação do Espiritismo.

Recebia diariamente volumosa correspondência vinda de pessoas que demandavam o consolo espiritual, conselhos e orientação para a cura do corpo e da alma.

Jofus possuía várias faculdades mediúnicas, dentre as quais a vidência, audição, curas e transporte. Há uma enorme bagagem de feitos benéficos efetuados por intermédio desse saudoso companheiro, durante a sua permanência entre nós, notadamente no período de 1929 a 1945.

Espírito varonil, comunicativo, afável para com todos, a sua palavra consolava sobremaneira. Todos sentiam-se bem em sua presença. Situava a Doutrina dos Espíritos acima de tudo e era intransigente no cumprimento dos seus deveres cristãos.

Em 30 de janeiro de 1939 fundou no bairro do Itaim, na Capital do Estado de S. Paulo, o primeiro Centro Espírita a prestar homenagem ao apóstolo de Matão, dando-lhe o nome de Centro Espírita Caírbar Schutel. Foi ainda fundador de outras sociedades espíritas, dentre elas o Centro Espírita Ismael, em Vila Guarani, na mesma cidade, fato ocorrido no dia 30 de junho de 1940.

O efeito de sua obra ainda hoje se faz sentir e sua amplitude não pode ser descrita numa pequena súmula biográfica.

Godoy, Paulo Alves. Da Obra: Os Grandes Vultos do Espiritismo. Edições FEESP.